terça-feira, 10 de setembro de 2013

Estudo avalia acesso a ensino superior no Brasil



Em 2011, havia no Brasil cerca de 23 milhões de jovens com idade entre 18 e 24 anos e o total de vagas no ensino superior somava seis milhões. Ou seja, o número de vagas era capaz de assegurar o acesso a universidades e faculdades a apenas pouco mais de um quarto da população jovem. Este é um dos dados revelados pela pesquisa “Acesso e permanência na educação superior: perspectivas e desafios no Brasil, hoje”, de autoria de Estefânia Tumenas Mello, realizada para o Mestrado em Educação da Unisul.

No trabalho, Estefânia fez uma análise documental com abordagem crítica, que avaliou a realidade do ensino superior brasileiro desde o período colonial até o ano de 2011. Embora na atualidade o acesso ainda não esteja garantido a todos, a pesquisa também revelou que este é o momento em que ele está mais próximo do ideal. “As políticas públicas de acesso, como o ProUni e o sistema de cotas, implantados nos anos 2000, melhoraram um pouco a situação”, comenta a pesquisadora.

No entanto, essas políticas, por si só, não vão resolver o problema. “Elas minimizam os problemas de acesso para aqueles que têm condições de ingressar no ensino superior. Mas não resolvem”, comenta a professora doutora Maria da Graça Nóbrega Bollmann, orientadora da pesquisa. De acordo com ela, a solução passa, necessariamente, por mais financiamento para a educação como um todo, tanto pública quanto privada. O aumento do número de universidades é uma das iniciativas que têm efeito positivo, apontou o estudo. “Percebemos que, sempre que houve expansão do acesso, ele esteve associado à expansão do ensino superior”, ressalta ainda Graça.


Entre os desafios apontados pelo trabalho, está o de solucionar os problemas de educação que antecedem ao ingresso no ensino superior. “Há muitos jovens que, mesmo se houvesse vagas para todos, não teriam condições de ingressar. Segundo dados de 2011, o Brasil tem 1,7 milhões de jovens analfabetos”, aponta Estefânia.


Outro dado revelado pelo estudo dá conta de que houve uma diversificação do ensino superior brasileiro ao longo dos tempos, com aumento bastante significativo do número de faculdades, que hoje é maior que o de universidades. No entanto, as universidades ainda concentram mais matrículas.


A pesquisadora Estefânia Tumenas Mello integra a equipe da Rede Ibero Americana de Investigação em Políticas Educativas (Riaipe3), coordenada na Unisul pela professora Maria da Graça Nóbrega Bollmann. Ambas fazem parte da comissão que trabalha com a linha de pesquisa Equidade e coesão social, que estuda temas referentes a acesso e permanência no ensino superior.

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