segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Estudo avalia teses sobre educação a distância



Uma pesquisa feita pelo professor Vilson Leonel na dissertação de Mestrado em Educação da Unisul avaliou quais são os quadros teóricos utilizados em teses de doutorado sobre a educação a distância brasileira. O trabalho revelou falta de consistência teórica nessas teses. “Na maioria dos casos os pesquisadores em nível de doutorado não adotam uma teoria do conhecimento para abordar o objeto de estudo”, afirma Vilson Leonel.

O pesquisador avaliou 30 teses de doutorado. Ainda segundo ele, as teorias utilizadas na maioria das vezes não têm vinculação com a tradição do pensamento filosófico. “São teorias que servem para reproduzir e justificar o sistema capitalista. E, quando se fala em pesquisas em nível de doutorado, não é isso que se espera. Por se tratar de uma formação de excelência, a falta de um quadro teórico de referência é preocupante”, avalia o professor. A ausência de uma fundamentação mais consistente impossibilita que os pesquisadores façam uma abordagem crítica quando estudam a educação a distância, de acordo com o professor.

Vilson Leonel é formado em Filosofia e é professor na Unisul Virtual e no curso de Direito da Unisul. “Escolhi esse tema por conta da minha formação filosófica e por conta do minha relação com essa modalidade de ensino. Queria saber quais eram as linhas teóricas que fundamentam a pesquisa sobre educação a distância”, explica.

"Teorias do conhecimento e quadros teóricos de referência em teses de doutorado sobre educação a distância no Brasil" foi orientado pela professora doutora Letícia Carneiro Aguiar. Vilson Leonel apresentou a pesquisa na tarde desta quarta-feira (11/9), em Tubarão. A banca examinadora foi composta pelas professoras doutoras Letícia Carneiro Aguiar e Maria da Graça Nóbrega Bollmann, como examinadoras internas, professora doutora Patrícia Laura Torriglia, da UFSC, como examinadora externa, e professora doutora Leonete Luzia Schmidt, como examinadora interna suplente.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Estudo avalia acesso a ensino superior no Brasil



Em 2011, havia no Brasil cerca de 23 milhões de jovens com idade entre 18 e 24 anos e o total de vagas no ensino superior somava seis milhões. Ou seja, o número de vagas era capaz de assegurar o acesso a universidades e faculdades a apenas pouco mais de um quarto da população jovem. Este é um dos dados revelados pela pesquisa “Acesso e permanência na educação superior: perspectivas e desafios no Brasil, hoje”, de autoria de Estefânia Tumenas Mello, realizada para o Mestrado em Educação da Unisul.

No trabalho, Estefânia fez uma análise documental com abordagem crítica, que avaliou a realidade do ensino superior brasileiro desde o período colonial até o ano de 2011. Embora na atualidade o acesso ainda não esteja garantido a todos, a pesquisa também revelou que este é o momento em que ele está mais próximo do ideal. “As políticas públicas de acesso, como o ProUni e o sistema de cotas, implantados nos anos 2000, melhoraram um pouco a situação”, comenta a pesquisadora.

No entanto, essas políticas, por si só, não vão resolver o problema. “Elas minimizam os problemas de acesso para aqueles que têm condições de ingressar no ensino superior. Mas não resolvem”, comenta a professora doutora Maria da Graça Nóbrega Bollmann, orientadora da pesquisa. De acordo com ela, a solução passa, necessariamente, por mais financiamento para a educação como um todo, tanto pública quanto privada. O aumento do número de universidades é uma das iniciativas que têm efeito positivo, apontou o estudo. “Percebemos que, sempre que houve expansão do acesso, ele esteve associado à expansão do ensino superior”, ressalta ainda Graça.


Entre os desafios apontados pelo trabalho, está o de solucionar os problemas de educação que antecedem ao ingresso no ensino superior. “Há muitos jovens que, mesmo se houvesse vagas para todos, não teriam condições de ingressar. Segundo dados de 2011, o Brasil tem 1,7 milhões de jovens analfabetos”, aponta Estefânia.


Outro dado revelado pelo estudo dá conta de que houve uma diversificação do ensino superior brasileiro ao longo dos tempos, com aumento bastante significativo do número de faculdades, que hoje é maior que o de universidades. No entanto, as universidades ainda concentram mais matrículas.


A pesquisadora Estefânia Tumenas Mello integra a equipe da Rede Ibero Americana de Investigação em Políticas Educativas (Riaipe3), coordenada na Unisul pela professora Maria da Graça Nóbrega Bollmann. Ambas fazem parte da comissão que trabalha com a linha de pesquisa Equidade e coesão social, que estuda temas referentes a acesso e permanência no ensino superior.