terça-feira, 31 de julho de 2012

Mestrandos da Unisul participam de seminário no RS


Dezessete mestrandos do Programa de Pós-graduação emEducação da Unisul viajam no próximo domingo, 29/7, para Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul. Eles vão acompanhados da coordenadora do programa, professora Maria da Graça Nóbrega Bolmann, e de mais cinco professores para participar da IX ANPED SUL.

O evento acontece a cada dois anos e reúne pesquisadores e profissionais da educação da região sul do Brasil. Neste ano, a Universidade de Caxias do Sul sedia o seminário, que vai tratar do tema “A pós-graduação e suas interlocuções com a educação básica”, de 29/7 a 1/8.

Dos 17 mestrandos que participam do encontro, 12 vão apresentar trabalhos produzidos no Programa de Pós-graduação em Educação da Unisul. De acordo com a professora Maria da Graça Nóbrega Bolmann, a ANPED SUL vai promover diferentes atividades, todas elas voltadas à qualificação dos programas do sul do país e ao aprofundamento e conhecimento da produção científica realizada pelas instituições de ensino participantes.

“Este evento dá visibilidade à Unisul e, em especial, ao nosso Programa”, destaca Bolmann. Ainda segundo a coordenadora, é uma boa oportunidade para que os mestrandos qualifiquem suas formações, a partir da troca de experiências com outros pesquisadores.

A participação dos mestrandos no seminário tem o apoio do Observatório da Educação, da Capes, do qual faz parte o projeto Alfabetização e Letramento, coordenado pela professora do Programa de Pós-graduação em Educação da Unisul Leonete Luzia Schmidt.

No mesmo encontro, será lançada a coletânea “Pesquisas em Educação: Inquietações e Desafios”, com a qual a professora Maria da Graça Nóbrega Bolmann contribui com artigo.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Pesquisadora estuda ensino superior brasileiro

A coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Unisul, a professora doutora Maria da Graça Nóbrega Bollmann, viajou a Cuba para participar da reunião regional do Programa Marco Interuniversitário para a Equidade e a Coesão Social nas Instituições de Ensino Superior (Riaipe3), na Universidade de Havana. No encontro, ela apresentou um perfil da educação superior brasileira, com aspectos históricos e dados de pesquisas recentes. Ela foi acompanhada do mestrando Eddy Ervin Eltermann, também professor da Unisul.

Os trabalhos foram liderados pelo grupo da Unisul coordenado por Bollmann e revelaram que a educação superior brasileira possui um elevado percentual de faculdades, que correspondem a 84,96% do ensino. As universidades representam apenas 8,03%. Os dados são do MEC/INEP, de 2010. Para a professora da Unisul, o número preocupa. “O ensino superior brasileiro, nesse aspecto, ainda está longe de se sustentar na pesquisa e, por isso, de formar os profissionais que o Brasil precisa para vencer suas demandas científicas e tecnológicas”, analisa.

A professora explica que isso acontece em virtude de uma diferença básica entre universidades e faculdades: nas primeiras, a pesquisa é elemento imprescindível. “Assim, o conhecimento produzido pelas universidades é muito mais consistente, pelo simples fato de que se fundamenta em pesquisa científica”. Ela defende que o país precisa “aumentar o número de doutores”, de modo a formar profissionais capazes de resolver os problemas dos novos tempos e melhorar a qualidade de vida da população.

O caminho para isso, ainda de acordo com Bollmann, é aumentar o número de universidades e de investimentos. No Brasil, a verba destinada à educação representa 5% do PIB nacional. Dessa parcela, o ensino superior recebe menos de 1%. Em contrapartida, a professora reconhece que as políticas públicas dos últimos anos dão margem a expectativas otimistas. “O PNE recentemente aprovado no Congresso Nacional prevê a utilização de 10% do PIB na educação. Desde 2002, as políticas do poder público têm ampliado esse número”.

Debate na Universidade de Havana, em Cuba
Já os programas implantados pelo governo federal para o ensino superior, como o Prouni, as cotas e o Enem, são observados com cautela pela pesquisadora. “São medidas positivas que atenuam o problema, mas não o resolvem”, acredita. Ela comenta que o acesso ao ensino superior ainda é muito pequeno. “Em 2010, o Brasil tinha 23 milhões de jovens, com idades entre 18 e 24 anos. Destes, pouco mais de 6 milhões estavam matriculados em algum curso superior”, revela.

Mas o encontro em Cuba mostrou também que o Brasil não está sozinho. “A hegemonia das faculdades acontece em praticamente toda a América Latina”, conta Bollmann, depois de trocar experiências com pesquisadores de todo o mundo. Ainda de acordo com ela, embora com um número pequeno, as pesquisas brasileiras são reconhecidas. “A produção de material científico no Brasil é pequena, no entanto de excelente qualidade. Quanto a isso, não restam dúvidas”.

Um dos próximos trabalhos dos brasileiros da Riape3 é o estudo de acesso e permanência, incluindo as universidades comunitárias do país. “Tenho percebido, pelo menos em SC, que a administração dessas universidades vem se dedicando e inovando no que se refere à ampliação da pesquisa e da pós-graduação”, analisa Bollmann.

20 anos em Cuba
Sobre a experiência na ilha caribenha, a pesquisadora se surpreendeu com a qualidade do evento de pesquisa e com a recepção na Universidade de Havana, que reuniu os participantes da Riaipe3 de diferentes países. Os carros circulando pelas ruas também chamaram a atenção da professora da Unisul. “Diferente dos anos 90 e 2000, quando as pessoas andavam apenas de bicicletas, vi muitos carros antigos”, conta.

Registro de Bollmann, em maio deste ano
A partir das experiências anteriores, Bollmann acredita que a população cubana melhorou um pouco seu estilo de vida. “Na primeira vez que fui a Cuba, em 1992, o país vivia o auge do bloqueio econômico imposto pelos EUA e a recém retirada do apoio russo. Esses fatores levaram as indústrias a paralisarem totalmente, por conta da ausência de combustível”, recorda.

De lá para cá, a professora Maria da Graça Nóbrega Bollman viajou 12 vezes ao país. “Uma coisa sempre me chamou a atenção: a força do povo cubano. Eu os admiro muito pela coragem ao enfrentar todos os colapsos sofridos”, ressalta. Para ela, esse sacrifício parece estar sendo recompensando, com melhores condições de educação e saúde. “Vi gente nas ruas, indo a bares, cinemas e teatros. Cuba está movimentada”, observa.

A Riaipe3
A Riaipe3 é uma rede que reúne pesquisadores de 20 países, da América Latina, América Central e União Europeia. O objetivo, em linhas gerais, é promover estudos sobre a educação superior e projetar ações para torná-la mais justa. São membros da Rede, além da Unisul, outras duas universidades brasileiras: a Universidade 9 de Julho (Uninove), de São Paulo, e a Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Além de Bollmann e Eltermann, também são membros do projeto na Unisul os professores doutores do Programa de Pós-Graduação em Educação Letícia Carneiro Aguiar e Christian Muleka Mwewa, e os mestrandos Ricardo Teixeira Canarin e Estefânia Tumenas Mello.