quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Equipes da Riaipe traçam planos para 2013


Discussões sobre o histórico da Riaipe e sobre os trabalhos realizados até o momento foram a tônica da última reunião da Rede em 2012, que ocorreu no final do mês de novembro na Universidade Federal da Bahia (UFBA), em Salvador. Participaram membros de todas as equipes de pesquisadores. O encontro marcou o fim da fase II do projeto. Os participantes discutiram estratégias e planos de ações para 2013.

Segundo Estefânia Tumenas Mello, uma das pesquisadoras da Riaipe Unisul, os próximos trabalhos do grupo – que compreendem a fase III do projeto – vão ser focados nas ações de boas práticas das universidades. “Ao longo de 2013, vamos fazer um levantamento sobre as boas práticas da Unisul. Esse levantamento vai ser feito baseado no tema ‘Acesso e Permanência’. Cada equipe da Riaipe é responsável por analisar as ações das suas respectivas universidades”, explica Estefânia.

Ainda durante a reunião, o coordenador-geral da Riaipe, professor doutor Antonio Teodoro, relembrou a origem do projeto e analisou a importância dele para a educação superior. “O trabalho da Riaipe tem permitido impactos regionais que precisam ser valorizados”, ressaltou Teodoro.

Para a coordenadora da equipe Riaipe Unisul, professora doutora Maria da Graça Nóbrega Bollmann, “a Rede permite a cooperação entre universidades da mesma região e de diferentes regiões. É graças a ela que estamos firmando relações importantes com pesquisadores e universidades de outros lugares do mundo”, lembrou. Segundo a professora doutora, os pesquisadores também discutiram maneiras de articular os trabalhos entre as universidades com outros tipos de financiamento, a fim de dar continuidade ao projeto de cooperação iniciado pela Riaipe, mesmo depois que ele se encerre.

Também durante a reunião, foi lançado o livro “A educação superior no Mercosul”, composto por trabalhos referentes à fase I do projeto, realizados pelas equipes do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. A obra traz informações que têm por objetivo traçar um perfil da educação superior em cada um dos países pesquisados. A equipe Riaipe Unisul trabalhou com tema “gênero”.

As próximas reuniões da Riaipe já têm data marcada. O calendário de 2013 prevê encontros em Guadalajara, no México (abril), Buenos Aires, Argentina (junho), São Paulo, Brasil (setembro) e Lisboa, Portugal (dezembro).

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Equipe Riaipe Unisul viaja à Bahia para encontro da Rede


A equipe da Riaipe Unisul participa de reunião da Rede na Universidade Federal da Bahia (UFBA), na cidade de Salvador, entre os dias 26 e 30/11. No encontro, ocorre o Seminário Internacional Políticas de Ações Afirmativas na Educação Superior. A abertura oficial está marcada para as 9h30 do dia 26/11 (segunda-feira), com palestra do professor doutor Pablo Gentili, secretário geral da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FLACSO).

A programação do Seminário - que acontece nos dias 26 e 27/11 no auditório PAF-III da UFBA - conta ainda com mesas redondas e conferências. Nos dias 28 e 29/11, será realizada a Reunião Científica do grupo, no Fiesta Bahia Hotel, das 9 horas às 18h30. Encerrando o encontro, ocorre a Reunião da Comissão de Gestão, no dia 30/11, das 9h30 às 17h30, também no Fiesta Bahia Hotel.

Toda a equipe da Riaipe Unisul viaja à Bahia para a reunião. A coordenadora, professora Maria da Graça Nóbrega Bollmann, e os pesquisadores Christian Muleka Mwewa, Eddy Ervin Eltermann, Ricardo Teixeira Canarin, Estefânia Tumenas Mello e Letícia Carneiro Aguiar.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Na ANPEd, pesquisadora apresenta trabalho sobre questões raciais na EJA


A pesquisadora e professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Unisul (PPGE) Joana Célia dos Passos apresentou o trabalho “A ‘ausência-presença’ das questões raciais na EJA e as desigualdades”, durante a realização do 35º encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd). O evento aconteceu na cidade de Porto de Galinhas/PE.

O trabalho analisou os alcances da oferta de Educação de Jovens e Adultos (EJA) na Rede Municipal de Ensino de Florianópolis para a juventude negra. De acordo com a professora Joana Célia dos Passos, a ideia para a pesquisa veio da observação. “Percebi que a presença de negros nessa modalidade de ensino era muito alta”, explica. A pesquisadora entrevistou 13 jovens, com idades de 15 a 20 anos, e fez perguntas sobre as expectativas deles em relação à escolarização, sobre os motivos que o fizeram se afastar da escola, além de questões sobre a vida social.

“A minha ideia era, antes de qualquer coisa, entender a realidade desses jovens e observar se o que estava sendo ofertado atendia às expectativas deles”, justifica. De acordo com ela, a conclusão foi a de que a centralidade pedagógica não respeita as individualidades dos alunos. “O número de negros na EJA é bastante considerável. Mas o currículo não leva isso em conta. Isso faz com que os estudantes não se identifiquem com os conteúdos estudados”, analisa.

Também viajaram a Pernambuco as professoras Leonete Luzia Schmidt e Fátima Elizabeti Marcomin, ambas do PPGE. Além da coordenadora do programa  e do projeto Riaipe Unisul, professora Maria da Graça Nóbrega Bollmann, e da coordenadora do curso de Pedagogia da Unisul, professora Marileia Mendes Goulart. As mestrandas Mara Luciane da Silva Furghestii e Rosinete Costa Fernandes Cardoso também participaram do encontro.

Para a coordenadora, professora Maria da Graça Nóbrega Bollmann, a participação no encontro nacional foi positiva. “A ANPEd possibilita o entrosamento nacional dos programas de educação, um diálogo que tem como base a pesquisa. A associação tem representação em todos os estados do Brasil”, destaca Bollmann. Ainda de acordo com ela, o evento permite que os pesquisadores da Unisul integrem a agenda de debates nacional.

“Participamos de atividades como a escolha de representantes da ANPEd no Conselho Nacional de Educação, a avaliação dos programas pela Capes, a publicação de livros e a discussão sobre o Plano Nacional de Educação”, cita Maria da Graça. Ela também reforça a importância de atualização sobre os métodos e problemáticas de pesquisa, que se dá a partir da participação em encontros como esse. O encontro nacional da ANPEd aconteceu entre os dias 21 e 24/10, no Centro de Convenções do Hotel Armação.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Pesquisadores participam da ANPEd Nacional


Professores e mestrandos da Unisul participam entre os dias 21 e 24/10 do 35º encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd). Neste ano, o evento tem como tema central “Educação, cultura, pesquisa e projetos de desenvolvimento: o Brasil do século XXI”, e acontece no Centro de Convenções do Hotel Armação, em Porto de Galinhas/PE.

Viajam a Pernambuco as professoras Leonete Luzia Schmidt, Joana Célia dos Passos e Fátima Elizabeti Marcomin, todas elas do Programa de Pós-Graduação em Educação da Unisul (PPGE). Além da coordenadora do PPGE e do projeto Riaipe Unisul, professora Maria da Graça Nóbrega Bollmann, e da coordenadora do curso de Pedagogia da Unisul, professora Marileia Mendes Goulart. As mestrandas Mara Luciane da Silva Furghestii e Rosinete Costa Fernandes Cardoso, ambas do PPGE, também participam do encontro.

A reunião da ANPEd engloba 23 grupos de trabalho. A professora Leonete Luzia Schmidt vai integrar os grupos de “Alfabetização, leitura e escrita” e “História da educação”. Ela integra, ainda, ao lado das mestrandas Luciane e Rosinete, o projeto Observatório da Educação. “É muito importante que a Universidade participe deste encontro, pois lá vamos poder acompanhar o que de mais atual está sendo discutido na área da educação”, diz Leonete.

Ainda de acordo com ela, além de assistir, os participantes têm a oportunidade de estabelecer relações com outros pesquisadores. “Para as nossas alunas do PPGE, essa participação é fundamental. A gente percebe a diferença nos pesquisadores que participam desses encontros. Eles voltam diferentes”, analisa.

domingo, 14 de outubro de 2012

Doutora faz intercâmbio sobre educação na França


A coordenadora da Riaipe Unisul, professora doutora Maria da Graça Nóbrega Bollmann, participou de um seminário de intercâmbio entre pesquisadores do Programa Marco Universitário para a Equidade e a Coesão Social nas Instituições de Ensino Superior (Riaipe3), na Université Lumière, campus Lyon 2, na França. O evento aconteceu no dia 27/9.

Convidada a falar sobre os fatores de vulnerabilidade na educação superior do Brasil, a professora doutora se apresentou a um grupo restrito de pesquisadores, doutorandos e mestrandos dos cursos de educação da Universidade de Lyon. No encontro, havia representantes de diferentes países. A coordenação do evento foi dos professores doutores Jean-Claude Regnier e Nadja Regnie.

Para a pesquisadora, a participação no seminário foi uma boa oportunidade de rever os colegas da Riaipe3 e discutir questões importantes sobre o ensino superior brasileiro. “Apresentei dados a partir de análises fundamentadas teoricamente. Para mim, foi muito importante porque eu estava dando uma aula que vai servir ao conhecimento e à formação dos pesquisadores. A recepção foi muito positiva. Os participantes de mostraram bastante interessados”, avalia Bollmann.

Ainda de acordo com ela, os temas discutidos mostraram semelhanças e diferenças entre universidades de países distintos. “Esse diálogo é muito proveitoso. Embora houvesse representantes de instituições de ensino de todo o mundo, ficou evidente que todas elas preservam a mesma essência: remeter o cotidiano à cientificidade, à teoria e à invenção, definindo um saber universitário sustentado no pensamento autônomo” diz.
 
Na mesma oportunidade, também foi realizada uma reunião que tratou de detalhes de uma edição especial da revista científica Poiésis, do curso de Pós-Graduação em Educação da Unisul. O próximo número está sendo produzido sob a responsabilidade dos pesquisadores da Universidade de Lyon e deve ser lançado até o final de 2012. “Foi uma parceria mediada pela Riaipe3”, explica Bollmann.

Além disso, a professora doutora também apresentou as pesquisas que os membros da equipe Riaipe Unisul estão realizando sobre o tema educação superior, voltadas à equidade, acesso e permanência.

Outro trabalho que envolve os pesquisadores da Unisul e da Universidade de Lyon é a elaboração de um vocabulário do ensino superior. A publicação conta com o trabalho de 24 equipes da Riaipe, e vai apresentar verbetes sobre 33 temas relacionados à educação nas universidades. O dicionário deve ser lançado em 2013.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Coordenadora da Riaipe Unisul integra livro “Pesquisas em Educação”



A professora doutora Maria da Graça Nóbrega Bollmann, coordenadora da equipe Riaipe Unisul, contribuiu com o livro “Pesquisas em Educação: inquietações e desafios”, de Elsa Maria Pessoa Pullin e Neusi Aparecida Navas Berbel. Lançada no mês de julho, a obra foi organizada a partir da produção científica de docentes pesquisadores que fazem parte do Fórum Sul de Coordenadores de Programas de Pós-Graduação em Educação.

São 28 autores, de universidades do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. De acordo com Bollmann, “o livro busca influenciar as políticas educativas nos seus diferentes níveis e modalidades, agregando diversos autores da área social seja no debate, na análise, na crítica, na proposição e articulação de ideias”.

Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Unisul, Maria da Graça Nóbrega Bollmann apresenta o artigo “Formação docente, ética profissional e compromisso social”.  O texto reflete sobre a necessidade de uma formação consistente e teórica que, aliada a condições de trabalho docente, pode contribuir para uma educação de qualidade social.

“O objetivo é contribuir com a socialização de propostas que tratam da formação de profissionais da educação, e que possibilite comportamentos fundados na ética. Isso significa, recorrendo a Vázquez, que normas, princípios e valores sejam acatados livre e conscientemente, por uma convicção íntima e não de uma maneira mecânica”, comenta Bollmann.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Inscrições abertas para o XII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária



Estão abertas as inscrições para o XII Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária nas Américas. A atividade acontece na Universidade Veracruzana, em Veracruz, no México, nos dias 14, 15 e 16/11. 

Organizado pelo Instituto de Pesquisas e Estudos em Administração Universitária (INPEAU), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o encontro terá como tema central Gestão da Internacionalização, da Cooperação e da Cultura na Educação Superior. 

Para participar, os interessados devem submeter artigos até o dia 30/9, pelo e-mail 12coloquio@gmail.com. Mais detalhes no site do XII Colóquio.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Mestrandas apresentam pesquisa sobre alfabetização


As mestrandas do Programa de Pós-Graduação em Educação da Unisul (PPGE) Mara Luciane da Silva Furghestti, Maria Terêsa Cabral Greco e Rosinete Costa Fernandes Cardoso apresentaram pesquisa sobre alfabetização com letramento focada em crianças de seis anos no IX ANPED SUL. O objetivo do trabalho das pesquisadoras é discutir quais são os impactos da implantação de uma nova classe para os professores e para as crianças.


Uma Lei Federal de 2006 determinou que o ensino fundamental passasse a ser de nove anos, acrescentando uma série inicial. É essa classe que serve de instrumento de pesquisa às mestrandas. O trabalho foi apresentado na Universidade de Caxias do Sul/RS, que sediou a edição deste ano do seminário ANPED SUL. O evento acontece a cada dois anos e reúne pesquisadores e profissionais da educação da região sul do Brasil.

Para a mestranda Rosinete Costa Fernandes Cardoso, um dos impactos negativos da mudança nas escolas recaiu sobre o trabalho dos professores. “As escolas não estavam preparadas para receber essa nova série. Da mesma maneira, os professores também não”, argumenta Rosinete. “Estamos percebendo que a qualidade da aprendizagem ainda está muito precária. Isso precisa melhorar”, complementa a pesquisadora Mara Luciane da Silva Furghestti.

O trabalho, no entanto, também revela pontos positivos. “Agora, todas as crianças de seis anos estão na escola, porque é lei”, observa Rosinete. Ela defende ainda que, quanto mais cedo aluno começa a ser alfabetizado, maiores são as suas chances de progresso.

A pesquisa é orientada pela professora doutora do PPGE Leonete Luzia Schmidt. Para ela, a lei também é importante no sentido de fazer com que todas as crianças, sem distinção de classe social, sejam alfabetizadas mais cedo. “Antes, o ingresso da criança de seis anos na escola dependia das creches, onde o acesso muito vezes é restrito, de modo que as crianças de classes sociais mais baixas ficavam de fora”, argumenta.

Leonete ressalta, ainda, que a participação em eventos como o ANPED SUL é importante para as mestrandas. “Elas saem de um espaço local, conhecem outros trabalhos e outros pesquisadores, e isso contribui para a compreensão da realidade da educação brasileira”, analisa. Mara e Rosinete concordam e afirmam que o debate e a troca de experiências no seminário foram muito relevantes. “Percebemos que estamos no caminho certo, que os nossos trabalhos vão ao encontro das pesquisas feitas em todo o país”, pontua Rosinete.

O trabalho das mestrandas é vinculado ao ‘Observatório da Educação’, projeto de pesquisas voltadas à alfabetização e letramento, do PPGE. Outros 14 pesquisadores do PPGE viajaram à Caxias do Sul para participar do seminário, que aconteceu de 29/7 a 1/8. Doze deles apresentaram trabalhos.

terça-feira, 31 de julho de 2012

Mestrandos da Unisul participam de seminário no RS


Dezessete mestrandos do Programa de Pós-graduação emEducação da Unisul viajam no próximo domingo, 29/7, para Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul. Eles vão acompanhados da coordenadora do programa, professora Maria da Graça Nóbrega Bolmann, e de mais cinco professores para participar da IX ANPED SUL.

O evento acontece a cada dois anos e reúne pesquisadores e profissionais da educação da região sul do Brasil. Neste ano, a Universidade de Caxias do Sul sedia o seminário, que vai tratar do tema “A pós-graduação e suas interlocuções com a educação básica”, de 29/7 a 1/8.

Dos 17 mestrandos que participam do encontro, 12 vão apresentar trabalhos produzidos no Programa de Pós-graduação em Educação da Unisul. De acordo com a professora Maria da Graça Nóbrega Bolmann, a ANPED SUL vai promover diferentes atividades, todas elas voltadas à qualificação dos programas do sul do país e ao aprofundamento e conhecimento da produção científica realizada pelas instituições de ensino participantes.

“Este evento dá visibilidade à Unisul e, em especial, ao nosso Programa”, destaca Bolmann. Ainda segundo a coordenadora, é uma boa oportunidade para que os mestrandos qualifiquem suas formações, a partir da troca de experiências com outros pesquisadores.

A participação dos mestrandos no seminário tem o apoio do Observatório da Educação, da Capes, do qual faz parte o projeto Alfabetização e Letramento, coordenado pela professora do Programa de Pós-graduação em Educação da Unisul Leonete Luzia Schmidt.

No mesmo encontro, será lançada a coletânea “Pesquisas em Educação: Inquietações e Desafios”, com a qual a professora Maria da Graça Nóbrega Bolmann contribui com artigo.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Pesquisadora estuda ensino superior brasileiro

A coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Unisul, a professora doutora Maria da Graça Nóbrega Bollmann, viajou a Cuba para participar da reunião regional do Programa Marco Interuniversitário para a Equidade e a Coesão Social nas Instituições de Ensino Superior (Riaipe3), na Universidade de Havana. No encontro, ela apresentou um perfil da educação superior brasileira, com aspectos históricos e dados de pesquisas recentes. Ela foi acompanhada do mestrando Eddy Ervin Eltermann, também professor da Unisul.

Os trabalhos foram liderados pelo grupo da Unisul coordenado por Bollmann e revelaram que a educação superior brasileira possui um elevado percentual de faculdades, que correspondem a 84,96% do ensino. As universidades representam apenas 8,03%. Os dados são do MEC/INEP, de 2010. Para a professora da Unisul, o número preocupa. “O ensino superior brasileiro, nesse aspecto, ainda está longe de se sustentar na pesquisa e, por isso, de formar os profissionais que o Brasil precisa para vencer suas demandas científicas e tecnológicas”, analisa.

A professora explica que isso acontece em virtude de uma diferença básica entre universidades e faculdades: nas primeiras, a pesquisa é elemento imprescindível. “Assim, o conhecimento produzido pelas universidades é muito mais consistente, pelo simples fato de que se fundamenta em pesquisa científica”. Ela defende que o país precisa “aumentar o número de doutores”, de modo a formar profissionais capazes de resolver os problemas dos novos tempos e melhorar a qualidade de vida da população.

O caminho para isso, ainda de acordo com Bollmann, é aumentar o número de universidades e de investimentos. No Brasil, a verba destinada à educação representa 5% do PIB nacional. Dessa parcela, o ensino superior recebe menos de 1%. Em contrapartida, a professora reconhece que as políticas públicas dos últimos anos dão margem a expectativas otimistas. “O PNE recentemente aprovado no Congresso Nacional prevê a utilização de 10% do PIB na educação. Desde 2002, as políticas do poder público têm ampliado esse número”.

Debate na Universidade de Havana, em Cuba
Já os programas implantados pelo governo federal para o ensino superior, como o Prouni, as cotas e o Enem, são observados com cautela pela pesquisadora. “São medidas positivas que atenuam o problema, mas não o resolvem”, acredita. Ela comenta que o acesso ao ensino superior ainda é muito pequeno. “Em 2010, o Brasil tinha 23 milhões de jovens, com idades entre 18 e 24 anos. Destes, pouco mais de 6 milhões estavam matriculados em algum curso superior”, revela.

Mas o encontro em Cuba mostrou também que o Brasil não está sozinho. “A hegemonia das faculdades acontece em praticamente toda a América Latina”, conta Bollmann, depois de trocar experiências com pesquisadores de todo o mundo. Ainda de acordo com ela, embora com um número pequeno, as pesquisas brasileiras são reconhecidas. “A produção de material científico no Brasil é pequena, no entanto de excelente qualidade. Quanto a isso, não restam dúvidas”.

Um dos próximos trabalhos dos brasileiros da Riape3 é o estudo de acesso e permanência, incluindo as universidades comunitárias do país. “Tenho percebido, pelo menos em SC, que a administração dessas universidades vem se dedicando e inovando no que se refere à ampliação da pesquisa e da pós-graduação”, analisa Bollmann.

20 anos em Cuba
Sobre a experiência na ilha caribenha, a pesquisadora se surpreendeu com a qualidade do evento de pesquisa e com a recepção na Universidade de Havana, que reuniu os participantes da Riaipe3 de diferentes países. Os carros circulando pelas ruas também chamaram a atenção da professora da Unisul. “Diferente dos anos 90 e 2000, quando as pessoas andavam apenas de bicicletas, vi muitos carros antigos”, conta.

Registro de Bollmann, em maio deste ano
A partir das experiências anteriores, Bollmann acredita que a população cubana melhorou um pouco seu estilo de vida. “Na primeira vez que fui a Cuba, em 1992, o país vivia o auge do bloqueio econômico imposto pelos EUA e a recém retirada do apoio russo. Esses fatores levaram as indústrias a paralisarem totalmente, por conta da ausência de combustível”, recorda.

De lá para cá, a professora Maria da Graça Nóbrega Bollman viajou 12 vezes ao país. “Uma coisa sempre me chamou a atenção: a força do povo cubano. Eu os admiro muito pela coragem ao enfrentar todos os colapsos sofridos”, ressalta. Para ela, esse sacrifício parece estar sendo recompensando, com melhores condições de educação e saúde. “Vi gente nas ruas, indo a bares, cinemas e teatros. Cuba está movimentada”, observa.

A Riaipe3
A Riaipe3 é uma rede que reúne pesquisadores de 20 países, da América Latina, América Central e União Europeia. O objetivo, em linhas gerais, é promover estudos sobre a educação superior e projetar ações para torná-la mais justa. São membros da Rede, além da Unisul, outras duas universidades brasileiras: a Universidade 9 de Julho (Uninove), de São Paulo, e a Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Além de Bollmann e Eltermann, também são membros do projeto na Unisul os professores doutores do Programa de Pós-Graduação em Educação Letícia Carneiro Aguiar e Christian Muleka Mwewa, e os mestrandos Ricardo Teixeira Canarin e Estefânia Tumenas Mello.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

V Educs: ensino de Literatura Africana combate estereótipos

“É impossível falar do ser humano baseado na homogeneidade e na pureza”, disse o professor doutor Jorge Valentim, após ler um texto do escritor moçambicano Mia Couto sobre a diversidade da cultura africana. Foi dessa maneira que ele começou os trabalhos da segunda mesa de discussões da quinta edição do Seminário Educs. A atividade se propôs a discutir o tema “Literaturas e educação: possíveis diálogos”, e aconteceu na noite desta quarta-feira (30/5) no Salão Nobre da Unisul campus Tubarão.

Para o professor Jorge Valentim, os estudos das literaturas africanas possibilitam uma visão ampla e independente da cultura daquele povo. “Quando você lê um autor africano, você está ouvindo a voz dele, independente, autônoma. Ali, o negro aparece como protagonista”, observou. De acordo com ele, fazer com que os estudantes tenham acesso a essa literatura “corrige uma série de armadilhas da História”.

Dessa maneira, questões como racismo e diversidade étnica e cultural são tratadas com mais profundidade, sob a ótica de quem as vivenciou. “Estudamos literatura brasileira e europeia, escrita na maioria das vezes por homens brancos e burgueses. Precisamos ouvir o outro lado”, defendeu Valentim.

Ainda segundo ele, desde a aprovação da Lei Federal 10.369/03 - que estabelece como obrigatório o ensino das literaturas africanas nas escolas brasileiras - o processo de inclusão tem avançado, entretanto é necessário formar profissionais aptos a trabalharem o tema nas salas de aula. “E é importante destacar que são Literaturas Africanas. No plural. Porque a África não é um país. É um continente”, completou.

Doutor em Letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Jorge Valentim atualmente é professor da disciplina Literaturas Africanas na Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), em São Paulo. A atividade também teve a participação da professora doutora Susana de Oliveira, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

terça-feira, 29 de maio de 2012

Educs 2012 destaca Literaturas Africanas


O V Seminário de Educação, Cultura e Sociedade (Educs) começa nesta quarta-feira (30/5) com a temática “Literaturas Africanas, Gênero e Cidadania”. A programação conta com palestras, mesas e comunicações, e se estende até quinta-feira (31/5), com atividades das 8 às 21 horas no Bloco Sede da Unisul campus Tubarão. O evento é organizado pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Unisul (PPGE) em parceria com o Núcleo de Estudos e Pesquisas em Educação e Sociedade Contemporânea, da UFSC, e reúne especialistas de instituições de ensino nacionais e internacionais.

De acordo com uma das organizadoras do Seminário, professora Tânia Cruz, o enfoque nesta edição é a literatura africana. Através desse recorte, os pesquisadores vão apresentar seus trabalhos e associá-los às outras temáticas, gênero e cidadania. Para o coordenador do evento, professor Christian M. Mwewa, a opção pelo assunto se deu a fim de inserir as pesquisas da Unisul num contexto nacional. “Esse tema vai ao encontro das discussões feitas recentemente no Brasil”, justifica.

Ainda segundo Mwewa, o Educs visa realizar discussões aprofundadas sobre diferentes linhas de pesquisas em educação. Dessa forma, a atividade promove um exercício de debate entre pesquisadores. “É um espaço para a troca de conhecimentos entre pesquisadores de diferentes níveis”, completa a professora Tânia. Ela destaca, ainda, a presença da professora doutora e socióloga Miriam Grossi, da UFSC, que vai participar da mesa "Corpo, educação e gênero: múltiplos olhares". Miriam Grossi tem pós-doutorado no Laboratoire d´Anthropologie Sociale do Collège de France (1996/1998) e é especialista em relações de gênero.

O V Educs é patrocinado pelo Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc). As atividades do Seminário devem resultar numa edição especial da Poiésis, revista científica do PPGE, reunindo os melhores trabalhos apresentados. O evento tem como público alvo pesquisadores dos programas de mestrado e pós-graduação da Unisul e também alunos dos cursos de licenciatura. A programação completa pode ser conferida aqui.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Pesquisadores viajam a Cuba para reunião da Riaipe


A coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Unisul, a professora doutora Maria da Graça Nóbrega Bollman, e o mestrando Eddy Ervin Eltermann, também professor da Unisul, embarcaram para Cuba na manhã deste sábado (12/5). Eles participam da reunião regional do Programa Marco Interuniversitário para a Equidade e a Coesão Social nas Instituições de Ensino Superior (Riaipe3), na Universidade de Havana. As atividades se estendem até a próxima sexta-feira (18/5).

Riaipe3 é uma rede que reúne pesquisadores de 20 países, da América Latina, América Central e União Europeia. O objetivo, em linhas gerais, é promover estudos sobre a educação superior e projetar ações para torná-la mais justa. São membros da Rede, além da Unisul, outras duas universidades brasileiras: a Universidade 9 de Julho (Uninove), de São Paulo, e a Universidade Federal da Bahia (UFBA).

O encontro em Cuba vai tratar da segunda fase de trabalhos, na qual os pesquisadores devem mostrar como está o andamento das ações planejadas em cada país. “Estamos trabalhando para promover a equidade social nas universidades, ou seja, para que elas contribuam cada vez mais com o meio social onde estão inseridas”, destaca Maria da Graça Nóbrega Bollman, que coordena o projeto Riaipe na Unisul.

Na primeira fase do programa, realizada no começo de 2011, os pesquisadores trabalharam na identificação de suas próprias universidades, fazendo um levantamento geral sobre número de funcionários, alunos, bolsas e projetos, a fim de traçar um perfil da instituição. O resultados foram divulgados no primeiro encontro, na Universidade de Assunção, no Paraguai.

Depois, no segundo semestre, os membros da Riaipe3 trabalharam em conjunto nos seus respectivos países. No Brasil, coube à Unisul, à Uninove e à UFBA elaborar um relatório sobre a realidade da educação superior brasileira. “Trabalhamos com dois recortes fundamentais: quando ao acesso das classes menos favorecidas à universidade e quanto ao gênero”, lembra o pesquisador Eddy Eltermann, assistente de investigação do projeto na Unisul. O encontro aconteceu na Bolívia, na Universidade Loyola, em La Paz.

Agora, em Cuba, eles se reúnem novamente para discutir de que maneira as ações propostas estão sendo colocadas em prática. “No ano passado, executamos um plano de ação. Agora, vamos mostrar o que já fizemos e o que ainda precisamos fazer para realizar esse plano”, explica Eltermann. O pesquisador destaca que a ideia é expandir os planos das ações - ainda restritos às universidades dos pesquisadores - aos seus respectivos países. “Com isso, esperamos que as medidas propostas cheguem aos governos e possam, quem sabe, transformarem-se em leis para beneficiar o Ensino Superior”.

Eddy Ervin Eltermann ressalta ainda que o encontro é uma grande oportunidade para conhecer outras culturas. “Vamos entrar em contato com uma realidade que não é a nossa, e conseguir formular uma visão própria sobre o que acontece naquele país. Sem dúvida, é um momento singular”, analisa sobre a experiência na ilha caribenha. O pesquisador também destaca a proximidade com importantes pesquisadores de outros países. “Além do aprendizado, esse contato abre portas para parcerias entre a Unisul e as universidades da Rede”, diz.

Além de Bollman e Eltermann, também são membros do projeto na Unisul os professores doutores do Programa de Pós-Graduação em Educação Letícia Carneiro Aguiar e Christian Muleka Mwewa, e os mestrandos Ricardo Teixeira Canarin e Estefânia Tumenas Mello.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Simfop 2012: doutores pedem mudança na educação


Os professores doutores em educação Celso dos Santos Vasconcellos e José Eustáquio Romão realizaram conferências na noite desta terça-feira (8/5), dentro da programação do Simpósio de Formação de Professores (Simfop), promovido pela Unisul. Ambos destacaram a necessidade de mudança no modelo de ensino adotado nas escolas e pediram ânimo aos professores.

No auditório do Espaço Integrado da Unisul, Celso Vasconcellos trouxe as discussões levantadas em seu último livro “Currículo: A atividade humana como princípio educativo”, que dá nome a palestra. Doutor em educação pela Universidade de São Paulo (USP) e diretor do Liberdad - Centro de Pesquisa, Formação e Assessoria Pedagógica, sediado também na capital paulista, Vasconcellos iniciou sua fala se definindo como “um homem esperançoso”, porque, afinal de contas, acredita que é possível mudar a educação.

Para isso, o palestrante defendeu a necessidade de deixar o senso comum. “Muitas vezes, o professor trabalha sem fundamento e repete um modelo de educação que existe desde que ele frequentava a escola, sem fazer nenhuma reflexão. Faz mecanicamente o que sempre foi feito”, observou. De acordo com o especialista, essa mudança de percepção do educador é fundamental para melhorar a qualidade do ensino.

Vasconcellos também não poupou críticas à formação do professor. Na visão dele, é preciso desfazer uma ideia que acompanha a maioria dos pretensos educadores: a de que eles já sabem tudo sobre a prática. “Isso acontece porque eles já passaram muito tempo no ambiente de sala de aula, mas do outro lado, como alunos. Essa experiência anterior provoca uma falsa impressão de que não precisam aprender como se dá aula, porque já sabem, porque já viram alguém fazer isso a vida toda. Mas não é bem assim”. De acordo com o doutor, é preciso derrubar esse preconceito para que os acadêmicos aprendam, de fato, a ser professores.

Pela segunda vez em Tubarão – a primeira visita foi em 2007, também em palestra na Unisul -, Celso Vasconcellos repetiu o que tem feito em conferências por todo o país: pediu aos professores que resgatem o motivo maior da opção pelo magistério, o de educar. Ele ressaltou a importância de uma prática de ensino mais humana, em detrimento da educação feita a partir de um currículo meramente mecânico – vigente na maioria das salas de aula. “A sala de aula deve ser um lugar de aprendizado, e não de classificação. Tentam nos fazer acreditar que esse modelo de educação que está aí é o único possível. Mas não é”.

Por uma escola diferente
O educador Paulo Freire é reconhecido mundialmente como um dos mais notáveis pensadores da educação. Não há como falar em escola diferente sem mencionar seu nome. Por isso, o professor José Eustáquio Romão, doutor em História e em Administração Educacional pela USP, e um dos fundadores da Instituto Paulo Freire, veio ao Simfop 2012. Sua missão era reforçar a importância de Freire, destacando os pontos fundamentais de sua teoria. A conferência foi realizada na Sala de Pós-Graduação 8, Bloco Sede da Unisul campus Tubarão, também  na noite da última terça-feira (8/5).

Romão falou, entre outras coisas, sobre a teoria da “Inversão Freiriana”, segundo a qual a leitura de mundo precede a leitura da palavra. “A escola tem se dedicado a desenvolver a ciência. Quem desenvolve a consciência é a leitura do mundo, e é através dela que o aluno vai aprender”, argumentou. Ele defendeu, ainda, a importância do diálogo dentro da sala de aula. “Nós precisamos perceber o conhecimento que os alunos têm”, disse.

Amigo íntimo de Paulo Freire, José Eustáquio Romão contou algumas boas histórias durante sua fala. Entre elas, a da famosa experiência de Freire com camponeses no Rio Grande do Norte, ocorrida nos anos 60. Na ocasião, o educador alfabetizou, com sua equipe, 300 cortadores de cana em 45 dias, sem utilizar cartilha e em apenas 40 horas de aula. Foi ali que nasceu o Método Paulo Freire, proposta para alfabetização de adultos.

À época, a experiência chamou a atenção do presidente João Goulart, que aprovou a aplicação do método no Brasil e providenciou a criação de 20 mil Círculos de Cultura – na visão de Freire, os círculos deveriam substituir as escolas - por todo o país, a fim de executar o Plano Nacional de Alfabetização. Em 1964, entretanto, o golpe militar conteve a iniciativa.

A ideia básica de Freire, explorada por Romão durante a conferência, é de que é necessário “descolonizar as mentes”. Para ele, só dessa forma é possível conseguir a libertação e provocar uma mudança significativa no ensino brasileiro. “Precisamos ouvir o que o oprimido tem a nos dizer, porque, quando o oprimido se liberta, liberta também o opressor”, disse, em referência a um dos mais famosos livros de Paulo Freire, “Pedagogia do oprimido”, traduzido em 53 idiomas.

Romão destacou, dentro dessa mesma ideia, a necessidade de explorar outros conhecimentos e outras culturas. “Por que a educação está ruim? Porque estamos fazendo uma revolução paradgmática. Temos que ler outros autores, temos que ler autores indianos, autores africanos, autores brasileiros!”. Por fim, defendeu a utilização das ideias de Paulo Freire na prática das escolas. “O método de Freire faz sucesso onde foi posto em prática. Há experiências muito positivas. Temos que abandonar a cartilha neoliberal dos Estados Unidos e promover um ensino diferente. Essa revolução pode ser feita nas salas de aula, da porta pra dentro. Só depende de nós, professores”, finalizou.